terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Após 70 anos, últimos sobreviventes não esquecem horrores de Auschwitz


Libertação do maior campo de extermínio nazista completa sete décadas.

Em alguns anos não restarão sobreviventes; veja seus relatos.

Fonte -  G1.com.br
Sobrevivente chora em visita a edifício de detenção de Auschwitz, nesta terça (27) (Foto: Alik Keplicz/AP)Sobrevivente chora em visita a edifício de detenção de Auschwitz, nesta terça (27) (Foto: Alik Keplicz/AP)
Cerca de 300 sobreviventes de Auschwitz regressam nesta terça-feira (27) ao lugar onde viveram um dos piores horrores da história humana, para advertir contra a repetição de um crime semelhante, 70 anos depois da libertação do campo nazista pelo exército soviético, em 27 de janeiro de 1945.
O sobrevivente de Auschwitaz Laszlo Bernath, de 87 anos, posa para a agência Reuters em Budapeste (Foto: Laszlo Balogh/Reuters)O sobrevivente de Auschwitaz Laszlo Bernath,
de 87 anos, posa para a agência Reuters
em Budapeste (Foto: Laszlo Balogh/Reuters)
“É o último aniversário de número redondo celebrado na presença de um importante grupo de sobreviventes", explica Piotr Cywinski, diretor do museu do campo de Auschwitz, instalado em 1940 pela Alemanha nazista no sul da Polônia.
Auschwitz-Birkenau foi o lugar da morte de cerca 1,1 milhão de pessoas, entre elas 1 milhão de judeus de vários países europeus. Transformado em museu e memorial, recebeu no ano passado 1,5 milhão de visitantes.
Trata-se do maior e mais mortífero campo de extermínio e de concentração nazista e o único preservado tal como foi abandonado pelos alemães que fugiram do Exército Vermelho. Outros campos de concentração nazistas na Polônia, como Sobibor, Treblinka ou Belzec, foram destruídos completamente pelos alemães para eliminar as provas.
A família de Laszlo, que foi toda exterminada no maior campo de concentração nazista (Foto: Laszlo Balogh/Reuters)Laszlo segura a foto de sua família, que foi toda exterminada no maior campo de concentração nazista (Foto: Laszlo Balogh/Reuters)
Lembranças
Passaram-se 70 anos, mas os derradeiros sobreviventes de Auschwitz lembram como se fosse hoje dos gritos horríveis dos eletrocutados, da angústia permanente de morrer e dos rostos das mulheres e crianças a caminho das câmaras de gás.
“Ninguém pode imaginar o grito de uma pessoa eletrocutada” quando, desesperada, se joga contra o alambrado para pôr fim à sua vida, conta a polonesa Zofia Posmysz, de 91 anos, com o rosto marcado pela emoção e pela dor, apesar dos muitos anos que se passaram desde sua chegada a Auschwitz, em 1942.
As recordações atormentam essa bela e pequena mulher que suportou três anos em Auschwitz e em Ravensbrück: “Vi cadáveres pendurados nas cercas de arames. À noite, as mulheres jovens saíam dos barracões e iam se jogar contra as cercas elétricas. Era horrível, era realmente horrível!”, relembra a ex-interna nº 7566.
Auschwitz sobrevivente (Foto: AFP)
Jozef Paczynski, de 95 anos, preso nº 121, poderia reproduzir, como os olhos fechados, o corte de cabelo de Rudolf Höss, o carrasco de Auschwitz, de quem foi seu cabeleireiro habitual. Depois de tantos anos, ele continua a se assustar. Por que o comandante do campo elegeu ele, um “miserável prisioneiro”, incorporado à unidade dos cabeleireiros, após sua chegada em junho de 1940 com cerca de 700 homens do primeiro comboio dos presos políticos poloneses?
“Havia oito ou dez cabeleireiros profissionais de Varsóvia e Höss ordenou que um aprendiz como eu cortasse o cabelo dele”, relatou à AFP. “Minhas mãos tremiam. Mas uma ordem é uma ordem. Tive que fazer meu trabalho”, diz. “O corte era muito fácil, ao estilo alemão. Tinha que raspar a nuca com a lâmina e passar a máquina dos lados. Tinha bons instrumentos, meus colegas afiaram bem a navalha”, relata.
Jozef Paczynski, preso nº 121 de Auschwitz (Foto: Bartosz Siedlik/AFP)Jozef Paczynski, preso nº 121 de Auschwitz
(Foto: Bartosz Siedlik/AFP)
Não passou pela sua cabeça matar Höss com essa lâmina? “Muitas vezes me perguntam. Eu era consciente das consequências, não estava louco, se eu lhe cortasse o pescoço, metade dos prisioneiros do campo seriam imediatamente executados”, contou.
Quando foram deportados, Zofia e Jozef tinham ambos 19 anos. Sobreviveram porque eram jovens, aprenderam rapidamente a viver no campo e foram encarregados de um “bom trabalho”.
“Aprendi a sobreviver nesse lugar. A não ser o primeiro da fila, a não estar nos cantos quando tinha que andar em grupo. A estar no meio para ficar longe do cão do guarda, que podia pegar a gente. Fazia de tudo para não me expor aos castigos”, conta Zofia Posmysz.
Kazimierz Albin, de 92 anos, sobreviveu porque conseguiu escapar em 27 de fevereiro de 1942 com outros seis internos.

Abraço de leoa em homem que a salvou comove o mundo

FONTE: http://www.primeirahora.com.br/


Imagem de abraço de leoa Sirga com Valentin Gruener, que a salvou, comoveu o mundo em 2014 e agora se tornou documentário.
Com o que parece ser um lindo sorriso no rosto, uma leoa foi vista abraçando um homem que a salvou, em um emocionante momento capturado por câmeras.

A história de Sirga e o conservacionista Valentin Gruener foi uma das de maior sucesso, que se tornaram virais de 2014, com um vídeo do belo animal pulando em seus braços. Ele foi visto quase 10 milhões de vezes no YouTube.

A amizade improvável começou quando filhote Sirga foi resgatada por Valentin, que a levou para o Projeto Vida Selvagem Modisa, em Botswana(África).

Como seu vínculo cresceu, cada vez Valentin abria o portão do viveiro, o felino saía para abraça-lo.